MecanIST: XI edição das Jornadas de Engenharia Mecânica regressam com 3 dias de sucesso

De 4 a 6 de abril, o Técnico acolheu o evento MecanIST, regressando com a feira de empresas ao formato presencial.

O átrio do Pavilhão Central voltou a encher-se de atividade em representação das mais de 40 entidades que marcaram presença na feira de empresas organizada pelos estudantes de Engenharia Mecânica. Banners coloridos, protótipos, flyers, cor e dinamismo foi o mote para os três dias de sucesso do MecanIST. Pelo salão nobre passaram diversos oradores, que ao longo de três dias e em diversos momentos falaram das suas experiências nesta área da engenharia. “Nas palestras, 7 em 9 foram apresentadas por ex-alunos do Técnico de Engenharia Mecânica, portanto trazem alguma representatividade relativamente a possíveis percursos na saída do técnico e a entrada no mercado de trabalho”, partilhou Carlota Santos, um das responsáveis pela organização do evento.

Além das palestras, as mesas redondas permitiram aos alunos questionarem os oradores convidados quanto às suas dúvidas, quer em termos de oportunidades, bem como face ao seu percurso profissional e até as questões mais práticas relacionadas com a atividade e nichos de mercado específicos. Também os workshops trouxeram uma dinâmica importante a esta feira de oportunidades que esteve sempre em movimento.

Os elementos da organização não se confundiam com os restantes. Eram estudantes do Técnico que circulavam de camisolas coloridas com o logo do evento deste ano, enquanto preparavam cada etapa do evento. Foram “responsáveis por 99% da organização. Em faculdades estrangeiras é tudo organizado pela faculdade e, por isso, acho que deveria atribuir bastante mérito à minha equipa”, reforça Carlota Santos. Com nove elementos na organização, o MecanIST tem ainda a “cobertura dos 54 membros de dentro do fórum mecânica”, reforçou. Carlota Santos destacou ainda “o departamento de relações empresariais como essencial para a organização do evento”.

Desde a Engenharia Mecânica à Indústria Aeronáutica, passando por intervenções sobre as oportunidades no mercado de trabalho e o que fazer (mesmo) depois do Técnico, houve espaço para encontrar grande parte das respostas às perguntas dos alunos mais curiosos.

No último dia da feira de oportunidades, o Engenheiro Frederico Ribeiro marcou também presença no Salão Nobre e deu o seu testemunho face ao seu percurso profissional, desde que terminou a sua formação na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), em 2007. Com um mestrado em Produção, Desenvolvimento e Engenharia Automóvel começou como engenheiro de pista na Veloso Motosport, em 2011. Trabalhava como responsável por analisar todos os dados num fim de semana, o que implicava uma análise de dados substancial num curto período de tempo.

Atuava também na área do Driver Coaching e trabalhava com pilotos profissionais, em que a sua principal tarefa era perceber o ponto de vista do piloto e convencê-lo de que era possível melhorar através do diagnóstico e prevenção de falhas. Em 2012 avançou com o desenvolvimento de um protótipo. Mas foi em 2015 que se lançou no meio empresarial com a criação de uma Startup de produção automóvel. De todo o processo desde a criação do business plan, destacou a homologação como uma das etapas mais difíceis. “São calhamaços e calhamaços de regras”, evidenciou Frederico Ribeiro, referindo que “são centenas de páginas que tem de se ler”.

O criador da Startup Adamastor destacou ainda a importância para o nicho de mercado em que o seu produto se insere.” Frederico Ribeiro fez ainda questão de chamar à atenção para a necessidade de “um investimento muito elevado” na parte do marketing e estratégia. “Fazer o carro todo eu calculo, quanto é que vão custar as peças, materiais, etc., quanto é que vai custar isso tudo e dá, imaginem, 5 milhões de euros”, refere. Mas indicou que para o marketing de produto, provavelmente, são necessários também mais 5 milhões.

O MecanIST “é bastante importante, uma vez que somos a principal ponte com o mercado de trabalho. Este ano batemos o record de empresas. Chegámos às 44 e temos uma representação bastante variada nas quatro áreas de mestrado”, enfatiza Carlota Santos. “Acho que é muito importante continuarmos a ser a ponte neste tipo de eventos, porque mais de metade de nós não tem qualquer contacto nem noção do que é que pode fazer um dia, após o curso. Dá-nos alguma perceção das oportunidades lá fora e transmite-nos alguma segurança, porque é complicado para nós perceber o que é que vamos fazer com um curso em que a aplicação prática é quase nula. É bastante importante para perceber o que é que um engenheiro mecânico quando sai daqui pode realmente fazer”, referiu.

O evento terminou com um Lanche de Finalistas ao final da tarde, depois de três dias recheados de conhecimento, networking e oportunidades.

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