1ª Edição do Dia da Indústria do DEM foi um sucesso
Departamento de Engenharia e Mecânica (DEM) surpreende com um dia recheado de apresentações de projetos e oportunidades de colaboração entre o Técnico e a Indústria.
Decorreu, na passada quarta-feira, dia 13 de abril, a 1ª Edição do Dia da Indústria do DEM. A iniciativa, organizada pelo DEM, no Anfiteatro Abreu Faro, contou com diversas iniciativas que garantiram um dia preenchido e produtivo aos participantes.
O evento contou com a abertura e boas-vindas por parte do presidente do Técnico, o professor Rogério Colaço, que realçou a importância de um evento com um programa “que o que traz é toda a cadeia de valor universitário para discussão”. Referiu ainda que uma “universidade que faz investigação, desenvolvimento e produz conhecimento, produz tecnologia, só o pode fazer e só pode cumprir a sua missão estando permanentemente permeável aquilo que são as necessidades do tecido económico, das empresas e da sociedade”, constatou.
O programa iniciou-se com uma apresentação do DEM, pela voz do professor Pedro Coelho, que fez questão de dar a conhecer o departamento, com uma apresentação sobre os factos e números referentes aos alunos de licenciatura, mestrado e doutoramento, a estrutura do DEM, os cursos que este abrange e os centros e áreas de investigação.
De seguida, foi explicada a importância da parceria entre o Técnico e as empresas pelo engenheiro Andrea Costigliola, neste caso, com o exemplo da Hovione. São mais de 100 colaboradores com doutoramento nas mais diversas áreas da empresa, assim como mestrados e licenciados. Em seguida, o professor João Miguel Sousa reforçou a importância destas parcerias para o Técnico.
Minutos mais tarde, o evento trouxe a palco 3 engenheiros que terminaram recentemente os seus ciclos de formação no Técnico, com a apresentação de duas teses de mestrado. O engenheiro Manuel Vicente apresentou a tese “SETUP 4.0 – Assistência ao procedimento e registo temporal do setup” que realizou em parceria com a The Navigator Company e que incide em “processos em que ocorre uma troca de ferramentas, peças ou programas de uma máquina ou equipamento” sendo, por isso, críticos para as empresas por serem tarefas de valor não acrescentado que exigem a paragem do equipamento e, consequentemente, da linha de produção.
Por sua vez, seguiu-se o engenheiro Tomás Murcela com a tese “Condensação em Intercoolers”, em colaboração com a João de Deus & Filhos, S.A. (JDEUS), trabalho que surgiu após a indústria automóvel relatar problemas de condensação por excesso de eficiência nos Intercoolers (cuja função é reduzir a temperatura do ar), que não acontecendo, pode originar a transferência de água para o motor, o que pode provocar danos para as viaturas.
Por último o doutor João Pragana fez a apresentação de uma componente do seu trabalho de doutoramento, que foi o “Fabrico aditivo híbrido de moedas comemorativas” em conjunto com a Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM) para ultrapassar as limitações inerentes ao chamado fabrico aditivo convencional, como as peças com baixa precisão, elevado custo do equipamento, etc., permitindo criar “peças altamente complexas com detalhes intricados” e cilindros personalizados para cunhagem de moedas.
Em entrevista, o professor Paulo Peças, responsável pelo interface com a indústria no DEM, declarou que o impacto destas iniciativas ocorre a todos os níveis, dado que “o Técnico são alunos. As empresas contratam os alunos. E é por isso que faz sentido que os alunos conheçam bem as empresas. Tudo o que é laboratórios e de investigação tem de vir através de um orçamento competitivo. Ou seja, têm que ser projetos cofinanciados ou contratos com empresas. Se as empresas também estão interessadas em desenvolvimento, essa ajuda ao desenvolvimento quer tecnológico, quer estrutural, do Técnico, é fundamental, sendo que a envolvência das empresas é, igualmente, essencial”.
Depois do coffee break seguiu-se uma apresentação da Dra. Carla Patrocínio, coordenadora pela Área de Transferência de Tecnologia (TT) , sobre os mecanismos de colaboração entre o Técnico e as empresas e uma breve apresentação das unidades de investigação associadas ao DEM e diversas empresas fizeram a sua apresentação, dando a conhecer as suas oportunidades de colaboração em parceria com o Técnico.
No exterior, era possível ver alguns exemplos de protótipos desenvolvidos por alunos do Técnico que fizeram questão de explicar que os mesmos “têm como objetivo aplicar os conhecimentos” adquiridos nas aulas, “de modo a ter mais contacto com a realidade, não só da indústria, bem como aplicar a tecnologia que está ao dispor, como referiu Pedro Oliveira, Team Leader da Formula Student Tecnico Lisboa (FST Lisboa). Já Eduarda David, estudante e membro do núcleo de estudantes do Projeto de Sustentabilidade Energética Móvel (PSEM) fez questão de deixar registada a importância destes eventos naquela que é a possibilidade dos alunos do Técnico de participarem na competição Green Power Challenge, que faz corridas em Espanha e Inglaterra, tendo conseguido ganhar todos os anos o título de melhor projeto de engenharia, Siemens Engineering and Design Award.
A 1ª Edição do Dia da Indústria do DEM terminou com uma visita aos laboratórios do DEM, para uma demonstração daquelas que são as capacidades reais dos centros de investigação. Fica a promessa deste evento regressar futuramente com novas edições.