Dia da Graduação celebra centenas de novos mestres e doutorados do Técnico

Aula Magna da Universidade de Lisboa acolheu recém-graduados e os seus familiares e amigos para cerimónia de atribuição de certificados de curso.

As enormes portas de madeira deslizaram lentamente. À medida que se abriam, surgiam mais rostos sorridentes a preencher a escadaria principal da Aula Magna da Universidade de Lisboa, rostos dos recém-graduados de mestrados e doutoramentos do Instituto Superior Técnico. A marcha ‘Pompa e Circunstância’ de Edward Elgar foi rapidamente abafada pelo aplauso com que familiares e amigos brindaram os 245 novos mestres e doutorados presentes, que concluiram os seus cursos no ano letivo de 2022/23. Estava aberta a cerimónia de 16 de março – a Sessão Solene do 15.º Dia da Graduação do Instituto Superior Técnico

“A vossa jornada começa agora e o vosso potencial é ilimitado” – são palavras de Teresa Peña, presidente do Conselho Pedagógico da Escola, em representação de Rogério Colaço, presidente do Técnico. “Posso ter esperança e otimismo no futuro, porque ele vai ser construído, influenciado e liderado por vocês”, afirmou a docente. O sentimento viria a ser ecoado pelo reitor da Universidade de Lisboa, Luís Ferreira, no discurso com que encerrou a cerimónia. Como fruto do trabalho destes novos graduados do Técnico, o reitor antecipou “um mundo mais justo, mais humano, mais fraterno e mais feliz”.

Um a um, e ao longo do evento, os estudantes foram chamados a receber o seu certificado de conclusão de curso, sob uma chuva de palmas em homenagem ao esforço e dedicação que os trouxe até ali. A cerimónia foi também pautada pelos habituais discursos de representantes de alumni, recém-doutorados e novos mestres, sendo encerrada por uma atuação da Tuna Feminina do Instituto Superior Técnico (TFIST).


Em dia festa, a “curiosidade constante” e os seres humanos “prontos para transformar o mundo juntos”

Um dos discursos da manhã foi conduzido por Catarina Farinha, antiga aluna de Engenharia Biomédica no Técnico que, atualmente, trabalha na Unbabel, uma start-up da Comunidade IST Spin-off reconhecida internacionalmente pelo seu rápido crescimento. “O doutoramento foi uma etapa muito importante na minha vida”, destacou a antiga aluna, defendendo que esse período, no qual estudou Psiquiatria Computacional, “trouxe desenvolvimentos tanto a nível profissional como pessoal”. Terminou a sua intervenção apelando aos presentes para que continuem “sempre curiosos com a vida”, encarando-a “como uma aprendizagem constante”.

Noutra intervenção, Francisco Santos tomou a palavra em representação dos recém-mestres. É nadador olímpico e chegou a representar Portugal em Tóquio em 2020, pelo que equilibrar os estudos (no mestrado de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores) e os treinos foi uma tarefa exigente. “Estes desafios ensinaram-me resiliência, a levantar-me na próxima queda e persistir”, explicou. Salientou também que a ajuda dos colegas foi essencial para o seu sucesso académico, sublinhando que “a ajuda mútua é o alicerce das nossas vidas”. “Levemos daqui não só o conhecimento académico mas também a consciência da importância de nos apoiarmos uns aos outros”, defendeu o atleta agora mestre. Deixou ainda um último apelo: “que todos saiamos daqui não só como mestres e doutores mas como seres humanos mais ricos, prontos para transformar o mundo juntos”.

Ana Rita Martins, que concluiu o seu doutoramento em Sistemas de Transportes e discursou em nome dos restantes recém-doutorados, começou por recordar uma ideia que considerou “genial”, partilhada por uma colega de curso que forrou a parte interior do rótulo de uma garrafa de água com cábulas escritas em letra miudinha. Ao encher a garrafa com água, esta fazia um efeito de lupa, permitindo à colega ler as anotações com clareza durante os exames. “A isto chamo arte e engenho da melhor escola de Engenharia de Portugal”, afirmou com humor, causando risos e um aplauso em plena Aula Magna.

No ano em que iniciou o seu doutoramento, optou por não escolher “o professor mais graduado”, mas sim “o mais disponível e mais humano”. Investigou uma solução de mobilidade envolvendo redes de transportes através de veículos autónomos e guarda saudades da sala do Técnico onde trabalhou neste projeto. “Se fosse hoje, não teria escolhido outro sítio onde estar”, afirma, acrescentando que partilhou o espaço “com cinco pessoas incríveis”, todas elas estudantes de doutoramento em áreas distintas. 

O papel da Escola nos seus relacionamentos não fica por aí. “Em 20 anos de Técnico, ganhei uma família literalmente – encontrei o meu marido no mestrado e tive um filho durante o doutoramento”, revelou. “Do Técnico, levo uma bagagem de competências que me permitem enfrentar os desafios de frente”. Encerrou o discurso reforçando que o dia é de festa. “Como disse ao meu filho de quatro anos, ‘a mamã acabou a escola’”.

Fotogaleria.

Tópicos: